segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PI - Psicolinguística Experimental e as teorias de processamento sentencial.

A psicolinguística possui um arcabouço teórico bem independente. Apesar disso, ela se relaciona com outras teorias linguísticas de natureza cognitiva que apresentam um modelo de linguagem capaz de expressar a universalidade e as especificidades das línguas humanas. Desde o nascimento da psicolinguística, vários modelos são associados a ela e servem de suporte a estudos experimentais. No início temos a influência do behaviorismo de skinner e a seguir, a gramatica gerativista tradicional de Chomsky que focaliza aspectos sintáticos, e depois a psicologia cognitiva que encaminha a psicolinguística para a área do discurso. Hoje em dia temos modelos teóricos mais voltados para questões sintáticas, ou de discurso. Mas de que maneira podemos estabelecer conexões complexas para processar ou compreender frases tão rapidamente? Atendo-se ao processamento sentencial, mostrarei um dos modelos teóricos que responde essa questão e explica o processamento sentencial de uma frase. “A teoria do labirinto” (Theory of the Garden path). Este modelo é baseado na seguinte metáfora: Quando ouvimos ou lemos uma frase, é como se entrássemos numa casa sem portas ou janelas que tragam referências exteriores, e assim, queremos chegar ao quarto. Nos deparamos com uma série de cômodos, e suas portas, e saímos em busca do quarto, abrindo uma por uma as portas da casa quando de repente abrimos uma que dá para o jardim. Então percebemos que temos que dar a volta e retomar a procura. A questão é: o que nos faz ir pelo caminho errado? Da mesma maneira acontece quando lemos a frase: “Alguém atirou no empregado da atriz [que estava na varanda]”. Nessa frase temos dois caminhos interpretativos. Podemos liga-la ao sintagma nominal “atriz” ou ao sintagma “empregado”. O que o processador sintático faz? Ele realmente escolhe um dos caminhos? O que faz com que escolhamos um caminho ao invés do outro? Por que ligamos a sentença relativa com o empregado e não com a atriz, ou vice-versa? São exatamente essas perguntas que interessam aos estudiosos da psicolinguística experimental, que buscam entender como o processamento linguístico acontece.

Video Aula - Cuidados com a voz


PI - Função da Linguagem


Linguística é conceituada como a “disciplina que estuda cientificamente a linguagem”. No entanto, existem outras matérias que se aprofundam no estudo da língua, como a gramática, fonética, fonologia e outras mais.
     Certamente, se alguém perguntasse a função de uma vassoura, a resposta seria de imediato. Mas quando se questiona a uma pessoa qual é a função da linguagem, já é mais difícil de ela processar uma boa resposta. Podemos dizer que a função da linguagem é transmitir informação (mas essa é uma definição bem simples). E é uma nesse ponto que se encaixam todas as matérias, pois elas possuem a função de transmitir a informação para o aluno através da língua.
      Não podemos dizer que um simples comprimento na rua como “Olá, tudo bem?”, seguido de resposta com a mesma pergunta “Olá, tudo bem?” seja transferência de informações. A função da linguagem, segundo Jakobson “apresenta variedades nas funções”. Mas para que haja compreensão exata, deve se levar em conta todo o ato de comunicação, que é:
1.       Remetente
2.       Contexto
3.       Código
4.       Destinatário
       Na sala de aula, esse processo de transmissão de informações, é importante que ocorra nesta sequência, para não haver falhas de comunicação. É importante também, que haja um ligamento emocional, que é a função emotiva, aonde Jakobson diz que: “consiste na exteriorização do remetente em relação àquilo que fala de modo que essa emoção transpareça ao nível da mensagem.”.
       A linguística prega praticamente contra a gramática normativa, pois diz que a linguagem tem o direito de mudanças que a gramática tradicional não permite. O Gerativismo, que é a teoria em que a linguística é baseada, diz que a linguagem dos seres humanos não pode ser caracterizada como um sistema de hábitos e repetições, pois podemos produzir frases e que nunca ouvimos ou lemos.
      Enquanto a gramatica é ensinada nas escolas, a linguística é ensinada nas escolas e fora delas, pois é em casa e nas ruas, que, a compreensão básica e as características e de uma língua se formão. 

PI - Gerativismo


    O Gerativismo é uma corrente de estudos de ciência da linguagem que teve início nos Estados Unidos, no final da década e 50, a partir dos trabalhos do linguista Noam Chomsky. Considera-se o ano de 1957 a data do nascimento da linguística gerativa, ano em que Chomsky publicou seu primeiro livro, Estruturas Sintáticas. Ao longo desse meio século, o gerativismo passou por diversas modificações e reformulações que refletem a preocupação dos pesquisadores dessa corrente em elaborar um modelo teórico formal, inspirado na matemática, capaz de descrever e explicar abstratamente o que é e como funciona a linguagem humana.
     A linguística gerativa foi inicialmente formulada como uma espécie de resposta e rejeição ao modelo behaviorista de descrição dos fatos da linguagem. Para os behavioristas, a linguagem humana era interpretada como um condicionamento social, um fenômeno externo ao individuo, um sistema de hábitos, gerado como resposta a estímulos e fixado pela repetição. Ao lado dos Gerativistas, Chomsky chama a atenção para o fato de um individuo humano sempre agir criativamente no uso da linguagem, isto é, a todo momento os seres humanos estão construindo frases novas e inéditas, ou seja, jamais ditas antes pelo próprio falante que as produziu ou por qualquer outro individuo.    
Chomsky chegou a afirmar que a criatividade é o principal aspecto caracterizador do comportamento linguístico humano, aquilo que mais fundamentalmente distingue a linguagem humana dos sistemas de comunicação animal. Assim, se considerarmos a criatividade como a principal característica da linguagem humana, então devemos abandonar o modelo teórico behaviorista, já que nele não há espaço para eventos criativos.
    Para Chomsky, a capacidade humana de falar e entender uma língua (pelo menos), deve ser compreendido como o resultado de um dispositivo inato, uma capacidade genética e, portanto, interna ao organismo humano (e não totalmente determinada pelo mundo exterior, como diziam os behavioristas). Essa disposição inata para a competência linguística é o que ficou conhecido como Faculdade da Linguagem. Chomsky não é apenas o criador, mas principalmente o mais influente teórico da linguística gerativa; mas existem outros estudiosos que dele discordam e acabam formalizando modelos alternativos, que às vezes divergem crucialmente do modelo chomskyano. Por isso, é muito comum encontrarmos gerativistas que não são chomskyanos, apesar de, quase sempre, ser chomskyano significa ser gerativista.

PI - A Psicolinguística Experimental

    Três questões básicas que resumem o interesse central da pscolinguística são: Como as pessoas adquirem, produzem e compreeendem a linguagem verbal. A primeira questão engloba a aquisição da linguagem e as duas últimas formam o campo da psicolinguística experimental. Mas afinal, o que é psicolinguística experimental?
    Ela tem  como objeitvo básico descrever e analisar a maneira como o ser humano compreende e produz a linguagem, observando fenômenos linguísticos relacionados ao processamento da linguagem. Para especificar, podemos reparar em situações do cotidiano, ao conversarmos com alguém, por exemplo: oralmente, temos de transformar o sinal acústico que chega a nosso aparelho auditivo em algo que compreendemos. A partir desse sinal, podemos retirar informação sobre os sons e para traduzí- la em informação sintática , passando depois para o reconhecimento dos itens lexicais e para a projeção das propriedades formais e semânticas desses itens em estruturas hierarquicamente constituídas a partir de um núcleo.  A partir daí, consegue- se a interpretação do significado do que está sendo dito. Em resposta ao que foi compreendido, temos que utilizar nossa capacidade de construir enunciados, em que estão envolvidos todos esses aspectos fonético- fonológicos, morfológicos, lexicais, sintáticos e semânticos, pra, com coerência, produzirmos também um sinal acústico verbal que permita toda essa decodificação, tornando- a compreensível para o nosso interlocutor.
    Tanto via oral, quanto via escrita, o que se está colocando em funcionamento são as habilidades cognitivas relacionadas à linguagem. Ese processo de compreender e produzir linguagem verbal em nosso cotidiano, que parece extremamente simples, é na verdade algo complexo e que requer um conjunto de procedimentos mentais denominado de processamento linguístico.
    O objetivo da psicolinguística experimental é buscar fornecer hipóteses que deem conta de explicar como esse processamento linguístico se estrutura na mente dos seres humanos.
Tentando entender os procesos mentais relacionados à compreensão e à produção da linguagem, a psicolinguística experimental investiga o processamento linguístico nos vários níveis gramaticais que estão envolvidos nesses processos (fonológico, morfológico, sintático, semântico).
    A psciolinguística busca entender esses processos e utiliza- se de aferições mais indiretas por meio de experimentos denomnados off-line e on- line. A percepção da fala, da oralidade, é vista no experimento off- line, onde o tempo de percepção é real. E no experimento on- line, que não é em tmpo real. O indivíudo dentro desse último experimanto tem tempo de ler a pergunta e pensar. Enquanto no primeiro experimento o tempo é real, logo exige- se uma respsota imediata.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Texto publicado em 01/10/2012 - 14:43
Professor brasileiro ganha menos que metade do salário dos docentes dos países da OCDE
publicado originalmente no UOL Educação
Um professor brasileiro do fundamental 2 (6º a 9º anos) ganhou, em média, US$ 16,3 mil por ano em 2009. Enquanto isso, na média, um profissional com formação e tempo de experiência equivalentes recebeu US$ 41,7 mil nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
“É um absurdo o Estado brasileiro não ter esse dado [sobre a remuneração do professor]”, afirma Rubens Barbosa de Camargo, pesquisador em financiamento da educação básica na USP (Universidade de São Paulo).
O especialista lembra que o MEC (Ministério da Educação) realiza anualmente o Educacenso, um levantamento detalhado da educação básica. “Faz o censo escolar [com estatísticas do perfil dos professores, como sua escolaridade e número de escolas em que leciona] e não pergunta quanto ele [o professor] ganha?”, diz Camargo.
Se for levada em consideração a situação do professor da rede pública, a comparação fica ainda pior. A média anual é U$ 15,4 mil. Os salários dos docentes brasileiros foram calculados, com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional Amostra de Domicílios) 2010 pela Metas - Avaliação e Proposição de Políticas Sociais a pedido do UOL. Já os dados da OCDE foram divulgados no começo de setembro no relatório anual Education at a Glance ("Olhar sobre a Educação" em tradução livre).
“Salário é o principal [fator de atração para carreira docente]”, afirma o pesquisador Rubens Barbosa de Camargo, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo). E os estudos - além da experiência prática - confirmam e reafirmam a importância do professor na qualidade da educação.
“Há muitos licenciados [profissionais com licenciatura que podem dar aulas] que deixam a profissão. Melhorando o salário, não só atrai a juventude como pode trazer de volta esses professores”, diz Camargo.
Para a economista Fabiana de Felício, da consultoria Metas - Avaliação e Proposição de Políticas Sociais, a questão que se coloca é: como selecionar bons professores se a profissão não é valorizada. “É uma atividade desgastante e [dar aula é] um compromisso inadiável. Tem de pagar um salário compatível [para que valha a pena ser professor]” , diz Fabiana.
Diferença com outros profissionais
Pelos cálculos da consultoria Metas, o salário médio de um professor da rede pública com curso superior e com, pelo menos, 15 anos de experiência (US$ 15,4 mil) não chega a metade (48,5%) da remuneração dos demais profissionais (US$ 31,7 mil) no Brasil.

No caso dos profissionais do fundamental de modo geral a diferença é um pouco menor. O salário anual médio de um professor da rede pública (US$ 13,1 mil) é 54,7% do médio das demais profissões (US$ 24,4 mil) com a mesma formação e o mesmo tempo de serviço.
Os números são ruins, mas já foram ainda piores. "Com a introdução do Fundef [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério] que depois virou o Fundeb  [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], o professor deixou de ter salários acintosos", diz Camargo.
Essa desproporção é comum mesmo nos países ricos da OCDE. Na média, os países da OCDE pagam a seus professores 85% do valor com que remuneram os demais profissionais da etapa equivalente ao fundamental 2.
Na Finlândia, país tido como exemplo pela qualidade da educação, um professor secundário com 15 anos de experiência tem salário praticamente equivalente ao restante da força de trabalho (98%). Dos 30 países com dados disponíveis, apenas quatro têm proporções na casa dos 50%. São eles: Islândia (50%), República Tcheca (53%), Estônia (57%) e Hungria (58%).
Em comparação com os países da OCDE, o Brasil está entre aqueles com menor investimento anual por aluno do grupo, sendo o terceiro que menos investe por aluno no pré-primário (US$ 1,696) e no secundário (US$ 2,235) e o quarto colocado no primário (US$ 2,405).